Te vi...
Encantado fiquei.
Não consegui por um tempo,
Num forte retraimento,
Desviar meu olhar.
 
E o seu olhar,
Travesso e enfadonho,
Que mais parece um sonho,
Em deleite ao meu,
Pôs-se ao léu vagar.
 
E como bravo que sou,
Esse olhar que olhei,
Naquele dado momento,
Sem nenhum constrangimento,
Seu intimo encontrei.
 
Me apresentei...
Mas não toquei sua mão.
Muito prazer, indaguei,
E deslumbrado saí.
Na sua ausência sofri,
E logo voltei.
Por que o que vi,
Loucamente amei.
 
E então senti,
Uma ânsia em dizer,
Mesmo que cedo ainda,
Que vi a mulher mais linda,
A que sonhara ter.
 
Então me perguntei,
Sem parar de olhar.
Com apreço e destreza,
De onde vem tanta beleza.
Do trono ou do altar;
Do céu ou do mar;
Anjo ou sereia.

Sartorato
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