E N C A N T A D O

 

vou na inocência
acalentada
de um menino


desconhecendo
em dores
tantas avarezas

desdenhando
a fome em muitos
desperdícios em tantos

injustiças estabelecidas
normais, culturais,

suportadas

refugio na crença
que tudo vê
em encantos

os homens sendo irmãos
os maus em enganos
os bons na maioria

os ventos benfazejos
levando todo mal
trazendo boas novas

estradas floridas
despidas de espinhos
o clarão das esperanças

o resto, minha criança,
esqueça,
é a verdade, descrença...

Poesia escolhida para figurar na 64° Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos, da edit. CBJE, edição março/2010.