Aquele olhar

 

 

 

 


Há olhares, que, aos milhares
Pouco dizem ao que vieram.
E o teu me disse porque veio,
Apontando-te o seio
E oferecendo-o à minha boca.
Aquele olhar de puta louca,
E de todas as santas
Que conheci na vida.


Revela-se, assim,
Mezzo recatada, mezzo atrevida,
Mezzo Calabreza, mezzo Tedesca.
Usa aquele olhar como isca,
E cá para nós...
Eu adoro!


Sonho que a devoro
Com talheres de ouro e prata.
Lambo-lhe a pele,
E sinto um gosto de nata
Na inata essência que exala de seu sexo.
É banquete imaginário, sem nexo,
Mas, mesmo assim,
Sinto-me saciado.


Aquele olhar me fez assassinado
Dentro da prisão daquelas quatro paredes.
Peço água, pois tens sede,
E em sedes de aluguel,
Olho para esse papel
E não consigo descrever aquele olhar
Que vinha de você.


Não... Não adianta...
Não consegui- simplesmente-
Comer você...
Fui comido.
Olhado e abduzido
Pelas meninas dos teus olhos.
Ungido entre pétalas e óleos,
Entre velas e candelabros.
Digerido.
Entre meus anjos
E
Diabos.

Ogro da Fiona
© Todos os direitos reservados