Rapsódia do etéreo e eterno amor


Eu não tenho certeza de como isso começou;
Apenas deixei tudo o que eu sinto por dentro sair em forma de palavras;
O que me deixa confuso é como pode existir tanto dentro do íntimo de uma pessoa;
Se o sentimento é completamente oposto de tudo o que está escrito,
Estou perdido dentro de mim;
Mas as linhas da história não revelam esse vazio e esse sentimento de solidão;
Revelam apenas um amor puro que jamais acabará;
Eu procuro por uma cura para todas as feridas que foram deixadas pelo nosso amor;
Amor o qual sucumbiu nas mãos do destino;
Hoje eu preciso mais do que nunca acabar com a dor e tornar tudo real novamente;
E por não ter mais nada a ganhar ou a perder;
Eu rescrevi nossa história;
Reinventei nosso amor para torná-lo eterno nas linhas do tempo;
Cada palavra e cada verso escritos foram pensando em ti;
Espero que hoje seu amor tenha um lugar ao qual pertencer;
 
Ato I
 
Ariel
 
Meu coração está ferido e envolto por cinzas;
O destino conspira contra mim;
E o tempo escorre por entre meus dedos;
Assim como as lágrimas;
Que se misturam a chuva que cai incessantemente;
Oh Helena... Minha doce Helena;
Eu preciso encontrar os sinais deixados por teu amor;
Antes que seja tarde demais para nós dois;
 
Helena
 
Amor meu puro amor;
Mesmo a mercê de toda essa distância que nos aflige;
Posso te sentir como se estivesse aqui ao meu lado;
O vento passa por mim;
E com ele lembranças suas e do tempo;
Em que nada e ninguém podiam me tirar dos seus braços;
Oh meu querido Ariel;
O tempo é curto;
E ampulheta da vida não recuará;
 
Ato II
 
Ariel
 
Perdido entre as trevas e a luz;
De um lado um desejo lancinante me faz querer ceder;
No outro estremo está seu puro amor;
E a esperança de te reencontrar;
Que me preenche de forças para prosseguir adiante;
E vencer todo esse árduo caminho que me levará a ti;
 
Fantasmas do Destino
 
Como é sublime aos olhos o sofrimento da separação;
Doce são as lágrimas que derramam um pelo outro;
Mas não deixaram de serem apenas reles mortais;
Mortais insignificantes e fracos;
Nada poderá impedir o que o destino vos preparou;
(Gargalhadas)
 
Helena   
        
Por conta do amor que sentimos um pelo outro;
Meu amado Ariel;
Os deuses nos abominam;
E fizeram com que o destino nos traísse;
Começo a pensar que o fardo que carregamos;
É pesado demais mesmo para nosso amor;
 
Fantasmas do Destino
 
Trágico... Tão trágico;
Oh destino cruel;
Não tens compaixão pelo belo casal;
(Gargalhadas)
Oh destino ardiloso;
Sempre separando o que o amor persiste em unir;
(Gargalhadas)
 
Ato III
 
Ariel
 
Cruzarei terras e oceanos se preciso for;
Para tê-la em meus braços;
Minha amada Helena;
Pois a ti somente a ti pertence minha vida;
Defrontarei toda ira dos deuses;
E mudarei nosso fado se preciso for;
Pois a ti somente a ti pertence meu coração
Oh Helena... Minha doce Helena;
 
Fantasmas do Destino
 
Ariel... Oh Ariel;
De imenso valor és a tua coragem;
Mas não deverias subjugar a vontade dos deuses;
Oh não... Não deverias Ariel;
Pois a nós foram incumbidos vossos destinos;
E por mais forte que seja o amor entre os dois;
O destino não falhará;
Oh Ariel... O barqueiro espera ansioso pela sua moeda no rio Aqueronte;
Mas tudo ao seu tempo... Tudo no seu devido tempo;
 
Helena
 
Ariel meu querido Ariel;
Seja qual for o castigo que os deuses tenham planejado para nós;
Vou te esperar até meu último suspiro;
 
Fantasmas do Destino
 
Belo... Tão belo és o amor;
Mas infrutuoso será tentar se defrontar com o que o destino vos reservou;
Tão inútil será quanto uma nau que veleja contra a maré;
Em meio a cruel tempestade de Poseidon;
 
Ato IV
 
Helena
 
Todas as doces lembranças estão tornando-se pesadelos;
E a cada dia que passa menos esperanças tenho de te reencontrar;
Oh meu querido Ariel;
Tudo o que há de belo nesse mundo me foi tomado;
Entretanto por mais que o tempo passe;
Apenas o amor que sinto por ti me mantém viva;
E se faz cada vez maior;
 
Ariel
 
Se esse será o futuro reservado a mim;
Então me deixem logo sucumbir sob as sombras que declinam;
Do que persistir com essa vã esperança;
De reencontrar e ter novamente em meus braços minha amada Helena;
Se os deuses não perdoaram nossas faltas;
E se todos nós temos que morrer um dia;
Porque não deixar-me se entregar ao sono eterno agora;
E galgar o temível Aqueronte;
 
Fantasmas do Destino
 
Humano tolo;
Quem achas que é para nos rogar tal recompensa;
Por conta desse sentimento frívolo que nutrem um pelo outro;
E pela falta de amor aos deuses;
Vocês os desrespeitam;
E toda sua cólera recairá sobre vós;
Pagaram o tormento nessa vida Ariel;
Mas tudo ao seu tempo... Tudo no seu devido tempo;
 
 
Ato V - Final
 
Ariel
 
Encontro-me seguindo junto ao mar;
Pegadas deixadas na areia;
Que vão ao longe percorrendo os traços do horizonte;
Segui uma após a outra com o único propósito de te encontrar;
Oh minha Helena... Minha doce e amada Helena;
Vencerei a morte;
E ascenderei ao infinito se preciso for;
Assim como o eterno sol de Apolo;
E junto de ti ficarei para todo o sempre;
 
Helena
 
E quando esse momento chegar meu querido Ariel;
Serei pra ti como as estrelas;
Que estão eternamente a brilhar;
Esperarei junto aos portões do firmamento;
Onde dois finalmente serão um só;
Um só espírito, uma só vida e um só coração;
Ficaremos juntos até o fim dos dias;
Onde já não existiram mais o tempo nem o universo;
Apenas nosso etéreo e eterno amor.
 
“As histórias de amor tem o dom de resistirem ao tempo.”
 
Autor: Ben Elliot Rosa

Ben Elliot
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