Não sinto o tempo!

Não sinto o tempo
Nem o temor natural
Que o passar das horas
Traz consigo

Não quero simplesmente pensar
Não quero buscar no infinito
Os problemas que me afligem agora
Que não têm sentido algum
A não ser no âmago do nosso orgulho
Da nossa vaidade
Eu sei
Nós dois sabemos

Meus pensamentos se esvaem
Antes que me possam torturar
Prefiro nós dois, os de sempre
Não os de hoje, amargos, entregues
Quase sem esperanças

Não quero por nós
Pelos dois
Pelos três
Deixar que atitudes banais
Sepultem o nosso amor

Nos amamos como nunca
Ao ensejo em que o receio
Receio de perder tudo
De nos perder para sempre
Apossa-se da gente

Como pensar em te perder
Se tens consigo o tão procurado
Sentido da minha vida?
Como não perder o ânimo
Se um simples devaneio
É capaz de me colocar por terra?

Te escrevi tantas coisas!
Tantos poemas de amor!
Poemas que te agradaram!
Pois, ardentemente
Quero que este
Penetre em tua alma
Como o suave perfume
Que sempre quis
Que o meu amor tivesse!

Nós dois sabemos
Que o remanso esperado
Que a calma procurada
Está dentro de nós
E, ao mesmo tempo,
Em nós.
A cada momento
Sem as eventuais mágoas
Que o caminhar juntos
Que a vida em comum
Nos ofereceu.

Marco Aurelio Ricciardi Weber
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