A força de um frágil

Está na poesia
Pois poesia serve de murro
No auge indignado
De um respirar maduro
Deste peito tão casmurro,
Acorrentado
 
Poesia serve de montanha
Mais alta pra gritar
E é um grito de entranha
Mudo, miúdo, mas forte
Mais forte que a voz mais grave
Num momento grave, de vida
Ou de morte [inocente]
 
Onde a força do verso corrente
Está rente ao impulso que sente
O pulso ainda presente
Batendo, esmurrando o abstrato
Que é impressão minha
Ou nem mesmo eu entendo este fato?
 
Poesia é murro que parte sem se ver
Parte daqui, arde em mim, [arde em você?]
Arde indignado
Pelo covarde, e o egoísta acomodado
Ah! E a ambição que aos homens fracos escraviza...
Deterioriza a natureza e despreza
A fortaleza da razão
 
Não...
Não preciso mais de verso
Pelo efeito reverso voltou 
Minha respiração
E por escrever forte, com frágil mão,
Definida se finda essa coisa; que percebi:
Não era pra ser poesia
Mas um murro, que a alma estranhou
                                                [E trancou aqui.

("Murro, Marina?" Calma, não sou agressiva assim...rsrsrs Estou me estranhando! Deve ser o stress dessa vida... Stressar faz parte, mas aprendam comigo: sem perder a classe!)