Asas

As borboletas se foram
É o fim da primavera
Sentinelas do seu vendaval
Irracional, sem um sentido notório
Que só causava ausência
 
Cuja permanência dentro dos meus olhos
Não pode suportar...
Que história querias?
Se lhe faltava tintas nas veias
E agenda pra chorar?
 
Que velas acesas permaneceriam
Diante do vazio do seu olhar?
Ou que preces farias se você tivesse no meu lugar?
Os vaga-lumes...
A sim os vaga-lumes...
 
São borboletas da noite
São velas que não conseguiram ser acesas
Refletidas no olhar
E são as preces mais bonitas
Que esqueceram de contar.

Diego Machado de Moraes
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