Do Fundo  D' Alma

 
 
 
 
 O que vai fundo n’alma,
Cala-se diante da embriaguez que se instala.
É um momento de calma.
De entrega.
De procura.
De absoluta alforria.
No silêncio da pele,
Que na nudez se contrai,
O sagrado nos absolve.
E dos céus,
Um anjo nos procura,
Trazendo-nos a cura.
Para tão irremediável amor,
Que se retrai sem cura.
A pele se refaz do susto
De quem a repele.
E o sangue volta a jorrar.
Com o contato de tua pele em minha pele.
E aí sim,
Nossos seres amados e perdoados,
Encontrar-se-ão, onde, sem pecado,
Aceitarão a nudez que os revela.
 
 
Jaci Leal Santana