Cântico festo da sua mocidade tão bela,
Esparze encantos qual flor da primavera,
Taciturno afã que o desgraçado espera,
O virtual amor que a minha diva esmera.
Sedutora, por que oculta su'alma vera?
Feitio de desejo, é assim que se espelha,
Fragrância e beleza tem da flor enotera,
Altiva mulher, veja! Não é mais donzela!
Efêmera beleza que o momento revela,
Fatuidade inóxia, que a pinta em tela;
Cerceia o amor com sua fiel sentinela,
Ao cisne branco que no lago a venera.
Majestoso anseio que minh'alma gera,
Na quietude bucólica, um amor quisera,
Ambiciosa, com su'ardileza alavela,
Mesmo em mágoa, ainda gosto dela!
A poesia exalta a beleza de uma mulher, com o fito de a conquistar, não sendo possível tal intento, o poeta declina suas virtudes passageiras, consumidas pelo tempo; para, finalmente, depois de tudo dizer que ainda gosta dela.
Riva
E-mail: [email protected]Em minha casa
Licença
Sob licença creative commons
Você pode distribuir este poema, desde que:
- Atribua créditos ao seu autor
- Distribua-o sob essa mesma licença