Aquele olhar que diz, mas se defende,
Buscando em eufemismos um sinônimo,
Justificando em tudo o amor que sente
Ao fim de cada gota de um hormônio
É amor medroso! É amor que mente!
É negação covarde de um fenômeno,
Dizendo não ter sido aquela mente
Por trás da flor estregue pelo anônimo...
Devia retirar o que não disse
Na manifestação de sua ausência,
Para poder entrar no amor imenso
Trazido na beleza de outra essência!
Assim, o seu jardim (não mais secreto)
Começaria, pois, a chegar perto
Da mão que esfaqueou a desavença.
E lá, no seu desabrochar incerto,
Desafiando toda e qualquer crença,
Floresceria bem mais indiscreto...
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