Não Gosto de Coisas Marcadas

Não gosto de coisas marcadas
Marcar programas.
Prefiro incerteza.
Beijo inesperado é melhor.
De repente encontrar-se.
Satisfação, surpresa de saber
Que você estava ali sem saber que eu também
Que não temos compromissos
A não ser com nós mesmos.

Se marco encontro
Imagino que estarás compromissada comigo
Obrigada estar comigo e não com pessoas
Que até estejas a fim de ficar,
Pelo menos naquele instante, naquela hora.

Não que eu queira ser exclusivo
Ou queira exclusividade
Posse do objeto do desejo
Doença incurável do ciúme
Vírus que ataca e não mata o portador.
Mas é certeza, tranqüilidade de saber
Que estás te sentindo bem
E eu também.

A poesia “Não Gosto de Coisas Marcadas”, fez parte de um conjunto denominado “Para K., do Coração”, distribuída em agosto de 1987.

Bagé/RS, agosto de 1987.