Há um imenso riacho de lágrimas
em meu coração
Aonde meus pensamentos
mais hostis e amáveis se banham
Há um relevo de angústia, de pesar,
de dor concreta, onisciente,
majestosamente bárbaro em grosseria e amargura.
Há um buraco no meu peito, de tantos socos,
tantos desgostos,
onde meus sentimentos mais benevolentes
e altruístas adormecem.
Aonde meu verdadeiro amor permanece?
Se não entre o aconchego de meu braço?
Ante ao que eu julgo ser de maior valor;
O meu amor,
Criado por meu coração,
com indiscutível beleza, atributos mil,
petrificado em meu ventre,
num corpo de mulher,
qualquer, sempre em peito meu;
In my heart, estaremos nós,
combatendo, escasseando com os preconceitos,
com os fracassos.
O índio dentro de mim descansa aspirando esse amor
O negro dentro de mim transforma a poeira num devaneio feliz,
O colonizador dentro de mim me enche de pretensão e ambição desmedida,
Falsificando o meu verdadeiro querer.

No trem, 06/03/05