Calçadão Joseense

O dia começa
Nesta rua
Onde não se passa carros
E nem sinalizações inúteis,
Que naqueles mares de vanglórias,
Com olhos étnicos,
Em cabalísticas vitrines,
Juntas formam o calçadão.

A manhã começa vagarosa,
Vitalidade nenhuma
Se vê naqueles rostos
Que juntos formam vários grupos 
Em cada parte,
Como um arco-íris,
Cada qual com sua objetividade.
Assim caminha quase todas as manhãs
Sem pressa.

As horas vão passando e
Em cada estômago
Um soar vai nos chamando
E soa uma melôdia irresistível.
A tarde vem acalantando
E dessas vagarosas manhãs
Se transformam em rostos exaustos
E tomam para si um certo sarcasmo.

O expediente acaba,
Para uns
E se elastram para outros em várias dimensões
Tentando fugir do apocalipse
Que prende nossos corações.