QUATRO PAREDES

Janelas não se abrem
Portas estão trancadas
Não há luz nem som
Mãos amarradas.
Não sei se há chuva ou sol
Não sei quando é dia ou noite
Mas sei que estou no mundo quadrado
Um castigo como açoite.
Meu quarto
Há de tudo em cada canto
Quatro paredes
Mas não sorriso, só o pranto
Da cama não levanto
Uma derrota de um transtornado
Mas temporário...
São indecisões
Que nos levam à contramão
Não posso encarar como perturbações
Senão tirar proveito da solidão
Lições.
No alto vejo um cálice
Mas vazio...
Ando longe do ápice
Escondido
Arredio...
Nesta escuridão terei a luz
Com o silêncio posso ouvir as vozes
Me conduz
São minutos breves
Que me deixa leve
Lembrando do passado
Boas lembranças...
Acho melhor ficar calado.

NOVA FRIBURGO - RJ