Lembro das mãos firmes e duras

que meu avô carregava,

Lembro dos seus olhos pequenos e iluminados,

Lembro do riso mais franco que já escutei,

Sei que esse riso saia da alma de um homem sofrido,

pobre, mas foi o mais impressionante riso que escutei,

Aquele senhor de oitenta  e seis anos curvado pelo tempo,

com um corpo que não lembrava em nada um dia ter sido jovem,

e que no fim da vida muitas vezes não tinha o que comer,

era em estado de miséria que vivia,

mas o amor resplancia em sua figura.

Meu avô foi um Homem simples,

daqueles que nascem, crescem e demoram pra morrer,

Meu avô nunca conheceu o mar,

meu avô foi para mim a prova viva da honestidade,

viveu quase noventa anos, e sempre foi um homem honesto,

pobre de pai e mãe, mas honesto

no casebre de madeiras velhas, com aguá de poço luz de lâmpião,

uma cozinha com teto de metro e maio,

uma velha cama de madeira, uma companheira de meio século

e um fogão a lenha, que era o que de mais luxuoso havia,

Meu pobre avô que nada tinha ,

morreu sem saber que me deixou uma herança, mais valiosa que ouro,

mais vasliosa que aguá no deserto,

meu avô me ensinou a ser honesto!

 

 

 

Com carinho em memória de meu avô Maximiliano * 1918 + 2004

 

 

 

 

 

 

 

 

Kosby
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