É osso no poço,
No caminho,
E na beira da estrada.
 
É nesta hora,
Seu moço,
Que começa a debandada.
 
Se ficar, já morreu,
E se for,
Leva a morte de lado.
O que tinha de seu,
Tudo que Deus lhe deu

Destruído,
Acabado.
 
E a estrada,
Seu moço,
A estrada...
Mão estendida, só osso,
Calejada.
 
E a vergonha no rosto
Em brasa estampada.
O orgulho ferido
Na pele curtida,
Sofrida,
Enrugada.
 
Deixa estar, vai vivendo,
Perdido retirante,
Teu penar, Deus querendo,
Acaba num instante.
 
É só chover na terra, é só chover, é só.
É só chover na terra, é só chover, é só.
 
 
 
 
 
 

Paisagem nordestina que a vida severina pinta com tintas cada vez mais fortes.
Jota Garcia
© Todos os direitos reservados