Permeia-me a garganta um verso rude.
(Não que eu planeje: um verso independente!
Que diz não o que eu penso, mas que mente,
Que ilude!)
E eu subjugo o verso irreverente,
Que a sua indiscrição demais me aturde!
(Ousado! Fala tudo o que eu não pude
De um jeito convincente!)
Expõe-me a covardia o verso errante,
Mas eu reprimo! (Escondo na gaveta,
Entre um boné e um pé-de-meia!
Quem sabe, num futuro bem distante,
Sem ter noção do engano que lhe espreita,
Alguém o leia...)