Teus olhos são como florestas.
Crescem à noite
Sob o reflexo negro dos espelhos,
E tem espinhos
Vidros, tuas pupilas,
São dois espectros.
Vagam incertos pelos quartos
Desertos da espessa presença humana.
Na escuridão,
O sabor das coisas intensifica-se.
Morder teu lábio
É uma ânsia incontrolada.
Despido do pudor pela luz ausente,
Ouso novamente saber
Ser teu amante.
Da noite,
Vestido de obscuridade,
Por teu corpo a esmo perambulo.
Meu tato aguçado
Pelo sentido da tua pele,
Suave, sedosa, concreta.
Uriel da Mata
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