E por fim acabei dormindo

Não me lembro o momento em que entrei naquela rua

A última coisa que recordo foi ter visto uma criança

O olhar, puro encanto

Mesmo que ao redor tudo parecia sombra

Não podia crer que de tanto pedir um abraço

Me fosse negado o que mais queria entender

Sobretudo o que a mente procura

Tão perto de gerar o que a terra deixou morrer

Fosse um sábio ou um tolo que desvendasse o fim

Viver em meio ao que fere sem querer

Estender a mão ante um apelo

Encontrar o amor naquele pequeno mundo

D'outra maneira não teria a desilusão da espera

Recostado naquela porta

Já tão envelhecida pela dor.

 

 

 

 

Roberto D'ara
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