O canto enternecedor daquele rouxinol,
Que lá da montanha ouvia-se o chilrear,
Soprava a brisa sob o manto do arrebol,
Numa casinha... um morador a escutar.

Na relva silenciosa fazia sua pousada,
Em noites ditosas... passava a cantar;
Seu canto álacre, chamando a amada,
Para a Natureza, com ela homenagear.

As flores embevecidas com seu canto,
Exalavam aromais ao pássaro ermitão,
Prazeroso era ouví-lo... Que encanto!
Bendita ave!Dos céus é a sua criação!

Hoje, toda serrania veste-se em pranto.
Sua majestade, a filomela emudeceu,
Seu silêncio foi a sua voz em pranto,
Fêz chorar até quem não a conheceu.

Sentido com a morte do passeriforme,
O morador na casinha ali não quis ficar;
Uma sombria e ansiada vida deforme,
Faria a saudade daquele alado chegar.

Narrada sob à sombra de uma albina,
Que afirmam verdadeira para se contar,
Até fincaram no píncaro daquela colina
Uma cruz, para sempre a ave lembrar.