Os dias estão mais rápidos,
Ou será que eu não vejo o tempo passar?
Foi então que me dei conta de que
Algo envelhecia a todo luar.

Percebi que minha história, em meu livros não mais estava,
Resolvi olhar para fora e começar a observar.
Observar o que não observei através daquela estrada.
O que eu deixei de lado, que terminou por me atrapalhar.

Todos os meus sonhos, envelheciam às vestes azuis do oceano,
O seu vestido com babado branco, se tornava mais mofado.
É como se o vento diminuísse sua velocidade a cada ano,
É como se todo o amor do mundo estivesse acabado.

A dor desse mundo que parece eu carregar,
Mesmo sem forças, não era capaz de comigo acabar.
Me sentia um morto-vivo,
E que por este mundo estou a zelar.

Num dia desses, me cato no chão embreagado de tristeza,
Foi quando ouvi um som com muita clareza,
Olhei para onde meus ouvidos seguiam,
A todo lugar procurei, mas só ouvia os comentários que as pessoas faziam.

Um homem com nada a perder, vagava no escuro da imensidão das trevas da depressão.
Procurando algo sem motivo ourazão,
Só para saber o que era, embora seja inútil ou não.

O som sôou novamente, desta vez com mais frequência,
E de uma maneira que pareceia delinquência.
Era suave como uma brisa quente no inverno,
Era loucura, pensava em tentar sair mais uma vez, do inferno.

Inferno que faz frio, mas parece o calor do fogo,
Onde tudo é cinza, mas parece estar laranja e brasa.
Então eu vi uma janela.
Era como um anjo estendendo para mim, a sua asa.

Você não vive, mas sobrevive,
Você não existe, mas você não está morto.
Você carrega todo o peso da tristeza,
Peso sem definição, disto eu sei com certeza.

Ignorei nos primeiros momentos,
Talvez a salvação de meus tormentos,
Não podia errar novamente,
Ignorar a minha salvação, ou continuar para sempre um delinquente.

Anjo, cubra-me com tuas asas,
Faça o céu ficar azul e a água com sabor.
Tire de mim esta brasa.
Suplico-lhe com muito fervor.

Dê-me a vida, faça-me comer um novo pão,
Faça me encontrar um objetivo,
Nem que seja com a ajuda do faro de um cão.
Ou só encerrar a minha vida, que em toda sua existência nunca teve motivos.

De tanto suplicar, percebi que enrolei em mim mesmo,
Eu criei este abismo, eu entrei aqui.
Nunca consegui sair porque sempre esperei ajuda,
Mas, eu sozinho tinha que partir.

O ser humano não tem limites, mas pode impôr. Se não os quebrar,
para sempre pertencerás ao inferno e a dor.

Simplesmente ao critério do leitor.
Especialmente dedicada a Joel Ribeiro.

Na empresa.