POEMA CRÔNICO HOMEOPÁTICO

POEMA CRÔNICO HOMEOPÁTICO

No início foi o verbo.
E a mera imagem estática
Do teu rosto,
Vagamente lembrado
Em passados adolescentes,
Em meio a tanta gente,
Tanto som
E tanta luz.

Valei-me meu São Judas,
Socorra-me Jesus,
Eparrê Seu Veludo das Sete Encruzilhadas...

Comecei -hoje- a lembrar
De tantas coisas engraçadas,
Que, tão rapidamente,
Nos colocaram frente a frente,
Lado a lado,
Um sobre o outro,
De quatro,
Plantando Coqueiro...


Lembrei, inclusive, do teu cheiro,
Do gosto de tua boca natureba,
Das estórias de peruas bregas,
E de tantas outras sacanagens.
Lembrei de nossas paisagens
Entre mar e montanha.
E hoje,
A cada uma que para mim se arreganha,
Lembro quão doce era
Penetrá-la em plena Primavera.


Valei-me Seres Telúricos da Terra!
Socorra-me Tia Vera.
E vamuquivamu que tem mais poesia...


Fica, então, combinado assim:
Nem eu tento entender mais nada,
E nem você finge que entenderia.
Seremos, tão só, duas insignificâncias.
Dois adultos,
Travestidos de crianças,
Brincando naquele pátio
Endêmico de circunstâncias.
E a religiosidade...?

Esqueça isso!
Por Piedade!


Em nome do Pai,
Ajoelhemo-nos sem um ai.
Em nome do Filho,
Resignemo-nos ao longo dos trilhos.
Viajarei para o Espírito Santo,
Mas o avião
Não há de pousar...

Ogro da Fiona
© Todos os direitos reservados