ESCORPIÔNICA

 

 

 

 

 

 
Já há um perfume que me orienta no escuro,
E é o puro aroma que desprende de tua pele.
Procuro , ainda, algo que me revele
A insensata busca pelos erros que não enxergo,
Ou, quem sabe, ainda,
Verdades que hoje não nego
Em plena era da maturidade.

 
Sei que hoje inauguras nova idade,
E da novidade que habita nessas terras.
Sei que o que escondes, na verdade revela
A estúpida força que te manteve viva
Durante todo esse tempo...
Foram as dúvidas , pelas verdades reprimidas,
E foram as topadas em estradas de vento.

 
E é assim, mulher escorpiônica, que decidi acordar hoje:
Dando loas ao destino sádico que me ofereceu a tua boca.
Amando ter acordado -hoje- com essa sensação louca
De que, bem ali perto, estaria você linda e nua.
Mas bastou-me perceber que já se escondera a lua,
Para que a realidade se mostrasse cruel.
Lá fora brilhava um sol amarelo, bem no centro do céu...

 
Venham, então as penumbras que te revelam!
Brotem luzes negras e brilhantes...
Pois se já não somos quem fomos antes,
Temos a verdade de cada ruga que nos revela.
Somos, eu e você, participantes de uma espécie de novela
Cujo final nunca foi escrito.
Vivemos um amor maldito,
Bendito pela nossa própria vontade.
E afastados, tanto de nós mesmos, quanto daquela realidade,
Celebramos o que o dia de hoje significa:
A musa eterna, cuja racionalidade não explica,
Nasceu há algumas primaveras atrás,
Trazendo um sorriso lindo e eficaz,
Que decorou a vida de muita gente...

 

 
É simples, assim.
A escorpiônica
Renasceu-me
Com seu veneno
Doce e quente.

Ogro da Fiona
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