Vês! Quem diz que eu não presto, nada valho!
Um alguém que nunca se entrega com ardor,
Que passa as noites nas orgias e ao orvalho
Mendigando, ao menos, uma taça de licor!
 
Não que eu goste de ver tanta mendicância,
Pois, isto é coisa de um refugo e sem valor,
Mas, eu almejo, de antemão, sua tolerância,
Ao dirigir-se a alguém que muito a amou!
 
Também desejo muita paz e amor externo!
Porque eu não tenho um caráter tão leviano,
E, entrementes, tenho um coração fraterno!
 
E, não enfraqueço com um ledo desengano
Que me suprima em ver um insigne inferno,
Pois, sei que sou um imutável ser humano!
 
Autor: José Rosendo
(02.10.14)