Saudade, ah saudade!

 
Saudade, ah saudade!

Saudade...
Ah, Saudade...!

Sinto em minha pele
A forma lenta e interminável
Em que me consomes.

Parece que sou o seu combustível,
E quando percebo, estou a consumir
Derretendo e pingando
Sumindo lentamente,
Como vela que se chega ao fim.

Quisera não sentir o que sinto agora,
Sentir-me livre de ti e poder respirar.
Respirar como antes, sem perceber...
Mas levo em cima de mim
O peso da tua pressão
Do teu abraço quase mortal
Da tua mórbida sensação.

Eu tento te decifrar e te entender,
Mas é sempre em vão, sem explicação...
E numa mistura de alegria com sofrer
Tu Envolves os meus pensamentos
Por caminhos bem conhecidos
Despertando os meus sentimentos
Aguçando os meus sentidos.

Ah Saudade!
Não sei se te odeio,
Ou se te venero…

Não te escolhi nem te preferi,
Mas você chegou sem eu pedir
Ocupando os meus pensamentos
Qual visita impossível de resistir.

E ainda que eu não aceite,
Reconheço a tua sutil cumplicidade,
Amiga eterna das horas inexistentes
Dos dias sem cores, frios e inclementes
Fantasmas da minha oculta fragilidade.

Mas o teu nome,
Este não se esconde
Por detrás da realidade.
Este sim eu o conheço muito bem…
Minha amada e odiada
Doce e amarga Saudade…
NISSAH

NISSAH
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