Criança luz, menino triste no escuro da sala

Por detrás daquele encanto, o vazio em branco e preto

Me segurei nas grades da ilusão

Me entreguei ao medo nas escadas da alma

A água escorre pelas pedras levando pro mar os meus brinquedos

Sob o olhar frágil que o amor esconde

Serei um gigante sempre pequeno - responde ao coração

Um livro calado onde voam borboletas

Vem buscar minha dor meu anjo sensível

Me leva até a flôr no quintal das abelhas

Fui plantar romãs em teu deserto

O vento, um grito atravessa o jardim

Pairando sobre a janela o meu silêncio

Tuas mãos geladas tocam meus lábios

Em suas lágrimas purifica os meus pecados

No declinio da vida, versos de um poema distante.

Roberto D'ara
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