Te entreguei meu segredo a muito escondido

Num silencio perdido como se o vento te guiasse ao céu

Fui de encontro ao amor que o perdão liberta

Não fosse essa dor, teria perecido em meus erros

Um sono eterno feito criança amamentada

A perfeição dos Deuses explícita a cada manhã

Te traz de volta pelo caminho de terra

A rua  estreita apertava a saudade

O dorso de tão gelado aquecia meu esperar

Meus erros fazem pouco de mim

Nada posso diante da tua sombra

Trancado em minha voz, joguei teu sonho nas pedras

A água, o templo ao eterno se entrega

Ajoelha-se em dádivas nas palmas da sorte

Cruel como a morte descansa a flôr bela

Aos olhos daquela que um dia teu beijo

Calou meu desejo enquanto corrias

Por pouco não rias despindo meus medos

quem dera segrêdos, quem dera fugias.

 

 

Roberto D'ara
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