Solidão de minhas horas....

 
E mais uma vez, entregue à solidão de minhas horas,
Sinto em meu peito, um forte aperto de mil mortes,
Minha alma não deseja, mas do passado abrem-se as portas
Das lembranças, e a tua imagem, inunda as minhas sortes...
 
Como num filme rebobinando as minhas memórias,
Tu te encontras lá!... Em algum lugar do passado, retornando
Vorazmente neste presente, em imagens ilusórias...
E minha alma se entrega ao passado que vem acenando...
 
Busco desesperadamente te esquecer!... Ah meu grande amor!
Mas eu não consigo... Não consigo esquecer, da tua boca carnuda,
Dos teus belos olhos castanhos; dois astros estranhos de amor...
 
E de um suspiro prolongado, sinto marejados os olhos meus,
Aos poucos, vou retornando a mim mesmo... A solidão não muda,
Ai, o aperto continua; pois ainda vejo, os teus olhos dizendo-me adeus...

Nivaldo Ferreira
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