Sinto fluir tua presença entre as folhagens

Teu desejo ardente e faminto explode em gôtas contra as pedras

O azul dos teus olhos destoa o verde da água

Flutua nas mãos da inocência

Quanto mais o céu que ao perdoar teu erro

Diluiu nos rios teu amor de mãe

A voz que aclama a chegado do filho

Orfão da paz, suporta a dor nas páginas do silêncio

No rosto, o olhar radiante atravessa a neblina

Maçãs roseadas adornam teus lábios

Onde a brisa do campo invade meu abrigo

E liberta minhas vontades em teu sorriso ingênuo

O orvalho em tua pele vigia meus sentidos

Beirando a lucidez, semeia a esmo uma oração

E contempla a rua das tâmaras

Onde a noite se esconde.

Roberto D'ara
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